Estudo liga remédios para Insônia e Rinite tem maior risco de demência.
Uso prolongado de medicamentos por pessoas
mais velhas poderia aumentar risco de desenvolver a doença, segundo estudo nos
EUA.
Um estudo ligou
medicamentos usados regularmente, incluindo remédios contra insônia, depressão
e rinite alérgica, à demência.
Pesquisadores da
Universidade de Washington acompanharam a saúde de 3.434 pessoas com 65 anos ou
mais que não tinham sinais de demência no início do estudo.
Eles observaram
registros médicos e de medicamentos para determinar quantos tinham ingerido
remédios com o efeito anticolinérgico, quais as doses e quantas vezes. Então,
compararam esses dados com diagnósticos subsequentes de demência nos 10 anos
seguintes.
O estudo,
divulgado na publicação científica "Jama Internal Medicine", apontou
que doses mais elevadas e o uso prolongado destes medicamentos estavam ligados
a um risco maior de demência em idosos. O perigo aumentava se o consumo fosse
diário por três anos ou mais.
Todos os
medicamentos listados têm efeito anticolinérgico, que bloqueiam um
neurotransmissor chamado acetilcolina.
Os mais usados
foram os antidepressivos, anti-histamínicos para alergias, como rinite, ou
contra a insônia, e para tratamento de incontinência urinária. A maioria dos
remédios só é vendida com prescrição médica.
Todo medicamento
pode ter efeito colateral e as bulas destes remédios alertam para a
possibilidade de redução da capacidade de atenção e memória, e boca seca. Mas
pesquisadores disseram que usuários deveriam estar cientes de que eles podem
estar ligados a um risco maior de demência.
O estudo
Ao longo do estudo, 797 dos participantes desenvolveram demência.
O estudo estimou
que as pessoas que tomaram pelo menos 10 mg/dia de doxepin (antidepressivo), 4
mg/dia de difenidramina (auxílio para dormir), ou 5 mg/dia de oxibutinina
(contra incontinência urinária) por mais de três anos teriam um risco maior de
desenvolver demência.
Os pesquisadores
disseram que médicos e farmacêuticos poderão adotar uma abordagem preventiva e
oferecer tratamentos diferentes como consequência do estudo. E, quando não
houver alternativa, poderiam dar a menor dose pelo menor tempo possível.
Alguns dos
participantes do estudo concordaram em serem submetidos a uma autópsia após a
morte, disse a médica Shelly Gray, que participou do estudo. "Vamos
analisar a patologia cerebral e ver se podemos encontrar um mecanismo biológico
que pode explicar os nossos resultados".
Simon Ridley,
chefe de pesquisa do grupo britânico Alzheimer's Research UK, disse que o
estudo é interessante, mas não definitivo, já que, segundo ele, não há
evidências de que essas drogas causem demência.
Já Doug Brown,
da Sociedade de Alzheimer da Grã-Bretanha, disse: "Há preocupações de que
o uso regular de certos medicamentos com efeitos anticolinérgicos, como
soníferos e tratamentos de rinite, por pessoas mais velhas pode aumentar o
risco de demência em determinadas circunstâncias, o que é apoiado por este
estudo".
"No
entanto, ainda não está claro se este é o caso, ou se os efeitos observados são
resultado do uso a longo prazo ou vários episódios de curto prazo. É necessária
uma pesquisa mais robusta para entender quais são os potenciais perigos, e se
algumas drogas são mais propensas a terem este efeito do que outras.
"Gostaríamos
de incentivar que médicos e farmacêuticos estejam cientes desta potencial
ligação e aconselhem qualquer pessoa preocupada a falar com seu médico antes de
parar com qualquer medicação".
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