Agência Europeia de Medicamento aprova vacina contra malária
A vacina destina-se imunizar as crianças com idades entre as
seis semanas e os 17 meses contra a malária e a hepatite B.
A Agência
Europeia de Medicamento (EMA) aprovou hoje (24) a vacina experimental mais
avançada do mundo contra a malária. A vacina foi batizada de "RTS,S"
ou "Mosquirix", da empresa de produtos biológicos
"GlaxoSmithKline" (GSK).
Destinada
às crianças entre seis semanas e 17 meses, a vacina ultrapassa uma das últimas
etapas antes da comercialização, mas ainda será necessária a recomendação da
Organização Mundial da Saúde antes de uma eventual difusão,
principalmente na África.
De acordo
com um estudo feito ao longo de vários anos, publicado em abril, a
"RTS,S" tem uma eficácia modesta e baixa ao longo do tempo, mas é
atualmente a vacina experimental mais promissora contra à malária. A doença mata
em média por dia 1,2 mil crianças na África subsaariana.
A vacina
destina-se "a imunizar as crianças com idades entre as seis semanas e os
17 meses contra a malária e a hepatite B. Após décadas de investigação sobre a
vacinação contra a malária a 'Mosquirix' é a primeira vacina contra a doença a
ser avaliada por uma autoridade de regulação", indicou a EMA, com sede em
Londres.
Com base
nos resultados do estudo feito a Comissão dos medicamentos para uso humano da
EMA concluiu que, apesar da eficácia limitada, a relação sobre benefício e risco
da 'Mosquirix' é favorável nos dois grupos de idade estudados.
Estudos em
bebês.
O estudo
foi feito em um grupo de bebês, de seis a 12 semanas, e em outro, de cinco a 17
meses, em uma amostra total de aproximadamente 15,5 mil crianças de sete países
africanos (Burkina-Faso, Gabão, Gana, Malaui, Moçambique, Quénia, e Tanzânia).
Alguns
bebês receberam uma injeção de reforço 18 meses após a última dose da vacina
inicial, que foi administrada em três doses durante os três primeiros meses de
vida. Nos lactentes a vacinação inicial foi seguida por uma dose de reforço, a
redução das crises foi 26% nos três anos de monitorização, mas não se registou
uma proteção significativa contra os ataques graves de malária.
Nas
crianças que receberam uma dose de reforço, o número de episódios clínicos
simples de malária depois de quatro anos baixou um pouco mais de um terço
(36%). Sem dose de reforço, a vacina não demonstrou eficácia significativa
contra a malária grave neste grupo etário.
"Temos
finalmente uma vacina que funciona, mas não tão bem quanto esperávamos a
princípio", reagiu Nick White, professor de medicina tropical na
Universidade Mahidol em Banguecoque e em Oxford (Reino Unido).
Na
quarta-feira (22), o médico Ripley Ballou, responsável pela investigação de
vacinas na GSK, considerou ter sido dado "um passo significativo":
"Trabalhei 30 anos nesta vacina e é um sonho tornado realidade."
A
malária, devido ao parasita 'Plasmodium' transmitido por mosquitos, matou 584
mil pessoas em todo o mundo em 2013, sobretudo na África, de acordo com a OMS.
As crianças com menos de cinco anos de idade representam pelo menos três
quartos destas mortes.
Fonte: Agência Brasil

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