Novo
remédio usa sistema imunológico do corpo em combate ao câncer
Os resultados mais promissores foram os de medicamentos indicados para
câncer de pulmão e de pele do tipo melanoma
Estudos apresentados na reunião da Sociedade Americana de
Oncologia Clínica (ASCO), maior congresso de câncer do mundo, em Chicago,
apontam avanços no uso de uma nova classe de remédios que estimulam o sistema
imunológico a combater tumores, tratamento chamado de imunoterapia.
Os resultados
mais promissores foram os de medicamentos indicados para câncer de pulmão e de
pele do tipo melanoma, o mais grave. Enquanto a químio e a radioterapia atuam
matando diretamente as células tumorais (e outras células saudáveis por
consequência), os imunoterápicos agem na estimulação do sistema imunológico
para que ele próprio combata o câncer.
Quando há a ocorrência de um câncer, proteínas que ficam
na superfície do tumor interagem com as proteínas das células de defesa, os
linfócitos, impedindo que ele combata o câncer. “Os imunoterápicos tiram esse
freio dos linfócitos e permitem que eles passem a atuar a favor do paciente”,
diz Daniel Herchenhorn, diretor científico do grupo de Oncologia D'Or.
No caso do
câncer de pulmão do tipo mais comum, o estudo feito com o imunoterápico
Nivolumabe, após quimioterapia sem resposta, diminuiu em 27% o risco de morte
do paciente. Comparado com o tratamento-padrão, apenas com químio, o porcentual
de pacientes que continuaram vivos após um ano subiu de 39% para 50%.
“É uma
esperança para quem não respondeu à químio e em uma fase que não tínhamos muito
que fazer como alternativa”, diz Roger Miyake, diretor médico da Bristol-Myers
Squibb no Brasil, laboratório que fez o estudo. O medicamento já é aprovado nos
Estados Unidos e teve seu pedido de registro submetido à Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa) no mês de maio.
De acordo com
estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca), cerca de 27 mil novos casos
de câncer de pulmão foram registrados no País em 2014. Altamente letal, esse
tipo de tumor está associado ao tabagismo em 90% dos casos. Apenas um em cada
dez pacientes com câncer de pulmão estão vivos após cinco anos da descoberta da
doença.
Pele
No caso do
melanoma, tipo agressivo de câncer de pele, a novidade apresentada no congresso
americano foi um tratamento que associa dois imunoterápicos: o Nivolumabe, o
mesmo testado contra o câncer de pulmão, com o Ipilimumabe, já aprovado no
Brasil e também produzido pela Bristol.
O uso conjunto
das duas drogas diminuiu em 30% o tumor em quase 60% dos pacientes que
participaram do estudo, mantendo a doença estável por um tempo médio de um ano.
Efeitos Por não atacar células saudáveis do corpo como a quimioterapia e a
radioterapia, a imunoterapia provoca efeitos colaterais diferentes.
Não há queda
de cabelos, por exemplo, mas o paciente pode manifestar problemas como diarreia
e doenças de pele.
Fonte: O Estadão

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