Síndrome de Guillain-Barré
A Síndrome de Guillain-Barré é uma doença autoimune que ocorre
quando o sistema imunológico do corpo ataca parte do próprio sistema nervoso
por engano. Isso leva à inflamação dos nervos, que provoca fraqueza muscular.
Causas
Como costuma acontecer com doenças autoimunes, a causa exata da
Síndrome de Guillain-Barré ainda é desconhecida. Geralmente, a doença aparece
alguns dias ou semanas após uma infecção do trato respiratório e digestivo.
Raramente, cirurgia recente ou vacinação pode desencadear a síndrome de
Guillain-Barré.
Na síndrome de
Guillain-Barré, o sistema imunológico de uma pessoa, que é responsável pela
defesa do corpo contra organismos invasores, começa a atacar os próprios
nervos, danificando-os gravemente.
O dano nervoso provocado
pela doença provoca formigamento, fraqueza muscular e até mesmo paralisia. A
síndrome de Guillain-Barré costuma afetar mais frequentemente o revestimento do
nervo (chamado de bainha de mielina). Essa lesão é chamada de desmielinização e
faz com que os sinais nervosos se propaguem mais lentamente. O dano a outras
partes do nervo pode fazer com que este deixe de funcionar completamente.
A síndrome de Guillain-Barré pode afetar todos os grupos etários.
Pessoas inseridas dentro de determinados grupos podem estar sob maior risco do
que outras especialmente pessoas do sexo masculinas e adultas mais velhas. Além
disso, a síndrome pode ser desencadeada por:
- Mais comumente, por uma infecção com a
Campylobacter, um tipo de bactéria frequentemente encontrada em aves mal cozidas.
- Vírus Influenza
- Vírus de Epstein-Barr
- HIV, o vírus da AIDS
- Pneumonia
- Cirurgia
- Linfoma de Hodgkin
- Raramente, vacinas da gripe ou a vacinação infantil.
Os sintomas típicos
incluem:
- Perda de reflexos em braços e pernas
- Hipotensão ou baixo controle da pressão
arterial
- Em casos brandos, pode haver fraqueza em vez
de paralisia
- Pode começar nos braços e nas pernas ao mesmo
tempo
- Pode piorar em 24 a 72 horas
- Pode ocorrer somente nos nervos da cabeça
- Pode começar nos braços e descer para as
pernas
- Pode começar nos pés e nas pernas e subir para
os braços e a cabeça
- Dormência
- Alterações da sensibilidade
- Sensibilidade ou dor muscular (pode ser
cãibra)
- Movimentos descoordenados
Outros sintomas
podem ser:
- Visão turva
- Descoordenação e quedas
- Dificuldade para mover os músculos do rosto
- Contrações musculares
- Palpitações (sentir os batimentos cardíacos)
Os sintomas da Síndrome de Guillain-Barré podem piorar rapidamente. Os
sintomas mais graves podem demorar apenas algumas horas para aparecer, mas a
fraqueza que aumenta ao longo de vários dias é normal.
A fraqueza muscular ou a paralisia afeta os dois lados do corpo. Na
maioria dos casos, a fraqueza começa nas pernas e depois se propaga para os
braços. Isso é chamado de paralisia ascendente.
Os pacientes podem notar formigamento, dor nos pés ou nas mãos
e descoordenação. Se a inflamação afetar os nervos do diafragma e do peito, e
se houver fraqueza nesses músculos, a pessoa poderá necessitar de assistência
respiratória.
Diagnóstico
A Síndrome de Guillain-Barré pode
ser difícil de diagnosticar em suas fases mais
precoces porque outras patologias podem ter sintomas semelhantes, e porque os sintomas exatos experimentados podem variar de paciente para outro.
O primeiro passo no
diagnóstico da doença é colher uma história médica cuidadosa,
entender o agrupamento dos sintomas experimentados pelo paciente por inteiro. Os pacientes com síndrome de Guillain-Barré terão um começo relativamente súbito de sintomas, e a fraqueza muscular normalmente acontecerá em ambos os lados do corpo (ao invés de só acontecer em um só lado como ocorre mais frequentemente no derrame). Os reflexos estão anormalmente abolidos.
Podem ser feitos
dois exames para ajudar no diagnóstico:
Punção
espinhal. Neste exame uma agulha é inserida na espinha bem abaixo
das costas
(região lombar) para tirar líqüor, o líquido que envolve o cérebro e a medula espinhal. A análise do fluido cérebro-espinhal revela níveis mais altos que o normal de proteína em pacientes com síndrome de Guillain-Barré.
Eletromiografia (Exame
de condução nervosa). Neste teste são colocados eletrodos
na pele em cima do nervo a ser testado. Um impulso elétrico é alimentado por um eletrodo, e a velocidade de transmissão do estímulo é acelerada e medida pelos outros eletrodos. Como a síndrome de Guillain-Barré afeta o revestimento de mielina que cobre os nervos, os nervos afetados pela doença mostrarão sinais mais lentos que os nervos não afetados.
Prevenção
Como ninguém sabe o
que causa da síndrome de Guillain-Barré, não há nenhuma
maneira conhecida de se prevenir dela.
Tratamento
O tratamento da
síndrome de Guillain-Barré envolve, em primeiro lugar, controlar a
paralisia da respiração, se ela acontecer. A maioria dos pacientes com síndrome de Guillain-Barré é hospitalizada, porque a doença pode debilitar os músculos do tórax a tal ponto que a respiração torna-se difícil ou impossível. Em um hospital, os pacientes podem ser monitorados e serem postos em um respirador, se necessário. Se a síndrome de Guillain-Barré causa paralisia das pernas ou dos músculos dos braços, o paciente precisará de suporte para ajuda-lo com atividades diárias como comer e fazer sua higiene pessoal.
Há dois tratamentos
que se mostraram eficientes em fazer acelerar a recuperação, e
reduzir a severidade da síndrome de Guillain-Barré:
A Plasmaferese na
qual sangue é retirado do paciente, depois separado em seus
componentes: plasma (a porção líquida de sangue) e células (hemáceas, leucócitos e plaquetas). As células do sangue são recolocadas então no corpo. (O corpo fabrica mais plasma para compensar o que foi retirado.) Ninguém sabe como este tratamento funciona, mas a maioria dos cientistas acredita que a Plasmaferese remove as substâncias do plasma (como anticorpos e complemento) que participam do ataque do sistema imune aos nervos periféricos.
Infusões
de imunoglobulina: As imunoglobulinas são uma mistura de anticorpos
produzidos naturalmente pelo sistema imune do corpo. Doses altas de imunoglobulina podem trabalhar bloqueando os anticorpos que contribuem para a doença.
Corticosteroides,
um tratamento usado antigamente, nunca deve ser usado para tratar
a síndrome de Guillain-Barré, porque foi demonstrado que eles fazer a doença piorar.
Depois que a
recuperação começa, os pacientes precisarão de fisioterapia motora e
respiratória para lhes ajudar a recuperar a força e o próprio movimento.
Qual médico procurar?
Procure um neurologista imediatamente
se você sentir uma fraqueza em suas
pernas ou braços (raramente nos músculos da cabeça) que piora num prazo de algumas horas ou dias.
Prognóstico
Embora
a síndrome de Guillain-Barré seja uma desordem terrível, o
prognóstico em longo
prazo é geralmente bom. A maioria dos pacientes tem recuperação completa, embora possa levar meses, ou até mesmo anos, para recuperar a força e o movimento anteriores à doença. Aproximadamente 30 por cento dos pacientes ainda permanecem com um pouco de fraqueza até três anos após a melhora da doença. Só aproximadamente 3 por cento de pacientes têm um retorno da fraqueza e do formigamento anos depois. Uma porcentagem muito pequena de pacientes, aproximadamente 3 a 5 por cento, morre, quase sempre porque eles desenvolvem uma paralisia da respiração antes que eles cheguem ao hospital.
Fonte : Minha Vida . Doutor Policlin.
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