segunda-feira, 13 de julho de 2015

        Síndrome de Guillain-Barré

A Síndrome de Guillain-Barré é uma doença autoimune que ocorre quando o sistema imunológico do corpo ataca parte do próprio sistema nervoso por engano. Isso leva à inflamação dos nervos, que provoca fraqueza muscular.
Causas
Como costuma acontecer com doenças autoimunes, a causa exata da Síndrome de Guillain-Barré ainda é desconhecida. Geralmente, a doença aparece alguns dias ou semanas após uma infecção do trato respiratório e digestivo. Raramente, cirurgia recente ou vacinação pode desencadear a síndrome de Guillain-Barré.
Na síndrome de Guillain-Barré, o sistema imunológico de uma pessoa, que é responsável pela defesa do corpo contra organismos invasores, começa a atacar os próprios nervos, danificando-os gravemente.
O dano nervoso provocado pela doença provoca formigamento, fraqueza muscular e até mesmo paralisia. A síndrome de Guillain-Barré costuma afetar mais frequentemente o revestimento do nervo (chamado de bainha de mielina). Essa lesão é chamada de desmielinização e faz com que os sinais nervosos se propaguem mais lentamente. O dano a outras partes do nervo pode fazer com que este deixe de funcionar completamente.
A síndrome de Guillain-Barré pode afetar todos os grupos etários. Pessoas inseridas dentro de determinados grupos podem estar sob maior risco do que outras especialmente pessoas do sexo masculinas e adultas mais velhas. Além disso, a síndrome pode ser desencadeada por:
  • Mais comumente, por uma infecção com a Campylobacter, um tipo de bactéria frequentemente encontrada em aves mal cozidas.
  • Vírus Influenza
  • Vírus de Epstein-Barr
  • HIV, o vírus da AIDS
  • Pneumonia
  • Cirurgia
  • Linfoma de Hodgkin
  • Raramente, vacinas da gripe ou a vacinação infantil. 
Os sintomas típicos incluem:
  • Perda de reflexos em braços e pernas
  • Hipotensão ou baixo controle da pressão arterial
  • Em casos brandos, pode haver fraqueza em vez de paralisia
  • Pode começar nos braços e nas pernas ao mesmo tempo
  • Pode piorar em 24 a 72 horas
  • Pode ocorrer somente nos nervos da cabeça
  • Pode começar nos braços e descer para as pernas
  • Pode começar nos pés e nas pernas e subir para os braços e a cabeça
  • Dormência
  • Alterações da sensibilidade
  • Sensibilidade ou dor muscular (pode ser cãibra)
  • Movimentos descoordenados
Outros sintomas podem ser:
  • Visão turva
  • Descoordenação e quedas
  • Dificuldade para mover os músculos do rosto
  • Contrações musculares
  • Palpitações (sentir os batimentos cardíacos)
Os sintomas da Síndrome de Guillain-Barré podem piorar rapidamente. Os sintomas mais graves podem demorar apenas algumas horas para aparecer, mas a fraqueza que aumenta ao longo de vários dias é normal.
A fraqueza muscular ou a paralisia afeta os dois lados do corpo. Na maioria dos casos, a fraqueza começa nas pernas e depois se propaga para os braços. Isso é chamado de paralisia ascendente.
Os pacientes podem notar formigamento, dor nos pés ou nas mãos e descoordenação. Se a inflamação afetar os nervos do diafragma e do peito, e se houver fraqueza nesses músculos, a pessoa poderá necessitar de assistência respiratória.

Diagnóstico 
A Síndrome de Guillain-Barré pode ser difícil de diagnosticar em suas fases mais
 precoces porque outras patologias podem ter sintomas semelhantes, e porque
 os sintomas exatos experimentados podem variar de paciente para outro.
O primeiro passo no diagnóstico da doença é colher uma história médica cuidadosa, 
entender o agrupamento dos sintomas experimentados pelo paciente por inteiro.
 Os pacientes com síndrome de Guillain-Barré terão um começo relativamente súbito de 
sintomas, e a fraqueza muscular normalmente acontecerá em ambos os lados do 
corpo (ao invés de só acontecer em um só lado como ocorre mais frequentemente no
 derrame). Os reflexos estão anormalmente abolidos.

Podem ser feitos dois exames para ajudar no diagnóstico:

Punção espinhal. Neste exame uma agulha é inserida na espinha bem abaixo das costas
 (região lombar) para tirar líqüor, o líquido que envolve o cérebro e a medula espinhal.
 A análise do fluido cérebro-espinhal revela níveis mais altos que o normal de proteína
 em pacientes com síndrome de Guillain-Barré.
Eletromiografia (Exame de condução nervosa). Neste teste são colocados eletrodos
 na pele em cima do nervo a ser testado. Um impulso elétrico é alimentado por um eletrodo,
 e a velocidade de transmissão do estímulo é acelerada e medida pelos outros eletrodos.
 Como a síndrome de Guillain-Barré afeta o revestimento de mielina que cobre os nervos,
 os nervos afetados pela doença mostrarão sinais mais lentos que os nervos não afetados.
Prevenção
Como ninguém sabe o que causa da síndrome de Guillain-Barré, não há nenhuma 
maneira conhecida de se prevenir dela.
Tratamento
O tratamento da síndrome de Guillain-Barré envolve, em primeiro lugar, controlar a 
 paralisia da respiração, se ela acontecer. A maioria dos pacientes com síndrome
 de Guillain-Barré é hospitalizada, porque a doença pode debilitar os músculos do tórax
 a tal ponto que a respiração torna-se difícil ou impossível. Em um hospital, os
 pacientes podem ser monitorados e serem postos em um respirador, se necessário. 
Se a síndrome de Guillain-Barré causa paralisia das pernas ou dos músculos dos braços,
 o paciente precisará de suporte para ajuda-lo com atividades diárias como comer e fazer 
sua higiene pessoal.
Há dois tratamentos que se mostraram eficientes em fazer acelerar a recuperação, e
 reduzir a severidade da síndrome de Guillain-Barré: 
 A Plasmaferese na qual sangue é retirado do paciente, depois separado em seus
 componentes: plasma (a porção líquida de sangue) e células (hemáceas, leucócitos e 
plaquetas). As células do sangue são recolocadas então no corpo.  (O corpo fabrica
 mais plasma para compensar o que foi retirado.) Ninguém sabe como este tratamento
 funciona, mas a maioria dos cientistas acredita que a Plasmaferese remove as substâncias 
do plasma (como anticorpos e complemento) que participam do ataque do sistema
 imune aos nervos periféricos.
 Infusões de imunoglobulina: As imunoglobulinas são uma mistura de anticorpos
 produzidos naturalmente pelo sistema imune do corpo. Doses altas de 
 imunoglobulina podem trabalhar bloqueando os anticorpos que contribuem para a
 doença.
Corticosteroides, um tratamento usado antigamente, nunca deve ser usado para tratar 
a síndrome de Guillain-Barré, porque foi demonstrado que eles fazer a doença piorar.
Depois que a recuperação começa, os pacientes precisarão de fisioterapia motora e
 respiratória para lhes ajudar a recuperar a força e o próprio movimento.
Qual médico procurar?
Procure um neurologista imediatamente se você sentir uma fraqueza em suas
 pernas ou braços (raramente  nos músculos da cabeça) que piora num prazo de algumas
 horas ou dias.
Prognóstico
Embora a síndrome de Guillain-Barré seja uma desordem terrível, o prognóstico em longo
 prazo é geralmente bom. A maioria dos pacientes tem recuperação completa, embora possa levar
 meses, ou até mesmo anos, para recuperar a força e o movimento anteriores à doença.
 Aproximadamente 30 por cento dos pacientes ainda permanecem com um pouco de fraqueza até
três anos após a melhora da doença. Só aproximadamente 3 por cento de pacientes têm um
 retorno da fraqueza e do formigamento anos depois. Uma porcentagem muito pequena de
pacientes, aproximadamente 3 a 5 por cento, morre, quase sempre porque eles desenvolvem
uma paralisia da respiração antes que eles cheguem ao hospital.

Fonte : Minha Vida . Doutor Policlin.

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