Vitamina D: conheça os benefícios e como obter essa substância
Nutriente
previne 17 tipos de câncer e pode ser um tratamento para doenças autoimunes
A vitamina
D é um hormônio esteroide lipossolúvel essencial para o corpo humano e sua
ausência pode proporcionar uma série de complicações. Afinal, ela controla 270
genes, inclusive células do sistema cardiovascular. A principal fonte de
produção da vitamina se dá por meio da exposição solar, pois os raios
ultravioletas do tipo B (UVB) são capazes de ativar a síntese desta substância.
Alguns alimentos, especialmente peixes gordos,
são fontes de vitamina D, mas é o sol o responsável por 80 a 90% da vitamina que
o corpo recebe. Ela também pode ser produzida em laboratório e ser administrada
na forma de suplemento, quando há a deficiência e para a prevenção e tratamento
de uma série de doenças.
A vitamina D é necessária para a
manutenção do tecido ósseo, ela também influencia consideravelmente no sistema
imunológico, sendo interessante para o tratamento de doenças autoimunes, como a
artrite reumatoide e a esclerose múltipla, e no processo de diferenciação
celular, a falta deste nutriente favorece 17 tipos de câncer.
Esta substância ainda age na secreção
hormonal e em diversas doenças crônicas não transmissíveis, entre elas a
síndrome metabólica que tem como um dos componentes o diabetes tipo 2.
O consumo da vitamina D é essencial
para as gestantes, a falta dela pode levar a abortos no primeiro trimestre. Já
no final da gravidez, a carência do nutriente favorece a pré-eclâmpsia e
aumenta as chances da criança ser autista.
A vitamina D foi denominada desta
forma em 1922, pois naquela época acreditava-se que ela só poderia ser obtida
por intermédio da alimentação. Ela foi batizada de D por ter sido a quarta
substância descoberta, depois das vitaminas A, B e C. A partir da década de
1970 os pesquisadores descobriram que a vitamina D poderia ser sintetizada pelo
organismo, ou seja, na realidade ela é um hormônio, não uma vitamina.
Fortalece
os ossos: A vitamina D é necessária para a
absorção do cálcio pelos ossos. Pessoas com deficiência de vitamina D chegam a
aproveitar 30% menos de cálcio proveniente da dieta. O cálcio é responsável por
fortalecer ossos e dentes. A deficiência deste nutriente pode causar o
raquitismo na infância e a osteoporose na vida adulta. Um exemplo da
importância da combinação dessas duas substâncias é que sempre que a
recomendação de suplementação de cálcio é recomendada ela é feita juntamente
com a vitamina D para atuar na absorção do mineral.
Uma pesquisa feita pela Universidade
de Zurique com 40.000 pessoas com mais de 65 anos observou que a suplementação
de vitamina D reduz em 20% o risco de fraturas no quadril e em outras regiões
com exceção da coluna vertebral.
Protege
o coração: A vitamina D participa do controle das
contrações do músculo cardíaco, necessárias para bombear o sangue para o corpo.
Além disso, ela permite o relaxamento dos vasos sanguíneo e influencia na
produção do principal hormônio regulador da pressão arterial, a renina.
A falta da vitamina D pode levar ao
acúmulo de cálcio na artéria, favorecendo o risco de formação de placas. Com
todas essas questões, as chances de desenvolver doenças cardiovasculares como
insuficiência cardíaca, derrame e infarto são maiores em pessoas com
deficiência de vitamina D.
Uma pesquisa feita com 50.000 homens
pelo Harvard School of Public Health durante dez anos observou que aqueles que
tinham deficiência em vitamina D possuíam duas vezes mais chances de sofrer um
ataque cardíaco do que os homens que não tinham a deficiência.
Gravidez
segura: A vitamina D é muito importante para
as gestantes. No primeiro trimestre a falta dela pode levar a abortos. Em casos
de abortos múltiplos no início da gravidez, pode ser que o sistema imunológico
da mãe esteja rejeitando a implantação do embrião. Como a vitamina D age no
sistema imunológico, ela pode corrigir este problema.
Uma pesquisa publicada no The American
Journal of Clinical Nutrition feita com mais de 1000 gestantes, observou que
quando a mulher ingere a vitamina D os riscos de o bebê desenvolver problemas
respiratórios diminuem.
Outro estudo feito pela Universidade
da Carolina do Sul, dos Estados Unidos, com 500 gestantes observou que o
suplemento de vitamina D previne problemas como diabetes gestacional, parto
prematuro e infecções.
Boa
para prevenir e controlar o diabetes: O fato da vitamina D influenciar a
produção de renina também é interessante para prevenir o diabetes, pois a falta
desta substância favorece a doença. Além disso, a produção de insulina pelo
pâncreas requer a participação da vitamina D.
Como a diabetes tipo 1 é uma doença
autoimune, a vitamina D torna-se interessante por ser um imunoregulador que
inibe seletivamente o tipo de resposta imunológica que provoca a reação contra
o próprio organismo.
Um estudo realizado pelo Institute of
Child Health da Inglaterra acompanhou 10.000 crianças finlandesas desde o
nascimento e observou que aquelas que receberam regularmente suplementos da
vitamina tiveram 90% menos chances de desenvolver diabetes tipo 1.
Boa
para os músculos: A vitamina D contribui para a força
muscular, portanto, sua ausência leva a perda dessa força e aumenta o risco de
quedas e fraturas. Uma pesquisa feita pela Universidade de Zurique com pessoas
acima de 65 anos observou que o consumo de vitamina D pode diminuir o risco de
quedas em 19%.
Benefícios em estudos
da vitamina D
Tratamento de doenças autoimunes: a vitamina D já está sendo utilizada
no tratamento de doenças autoimunes, condição que ocorre quando o sistema
imunológico ataca e destrói tecidos saudáveis do corpo por engano. A vitamina D
é um imunoreguloador que inibe seletivamente o tipo de resposta imunológica que
provoca a reação contra o próprio organismo. O tratamento de doenças autoimunes
com vitamina D é algo recente, mas é visto por especialistas como um grande
avanço da medicina.
Algumas das doenças autoimunes que
podem ser tratadas com altas doses de vitamina D são: esclerose múltipla,
artrite reumatoide e problemas oftalmológicos que podem comprometer seriamente
a visão do indivíduo e para os quais o tratamento costumava ser muito
difícil.
O neurologista Cícero Galli Coimbra,
professor associado e pesquisador da Universidade Federal de São Paulo
(UNIFESP), já tratou cerca de 1.200 pacientes com esclerose múltipla e muitos
outros com diferentes tipos de doenças autoimunes utilizando principalmente o
tratamento com doses de vitamina D.
O tratamento pode não só evitar que a
doença avance como também proporcionar a recuperação de sequelas recentes. Tudo
irá depender da doença e do tempo que a pessoa tem as sequelas, por isso o
quanto antes iniciar o tratamento, melhor.
É importante
ressaltar que este tipo de tratamento com suplementos de vitamina D deve ser
realizados somente por médicos, pois o consumo em excesso da substância por
conta própria pode causar sérios problemas para a saúde.
Outro estudo publicado no Journal of
The American Medical Association feito com 7 milhões de norte-americanos
constatou que o consumo de suplementos de vitamina D está associado ao menor
risco de esclerose múltipla.
Previne
e ajuda no tratamento do câncer: A falta de vitamina D favorece 17
tipos de câncer, como os de mama, próstata e melanoma. Isto ocorre porque a
substância participa do processo de diferenciação celular, que mantém as
células cardíacas como células cardíacas, as da pele como da pele e assim por
diante. Desta maneira ela evita que as células se tornem cancerosas. Além
disso, a vitamina D ainda promove a autodestruição das células
cancerosas.
Por essas razões, alguns estudos
mostraram que além de prevenir o câncer, o consumo de altas doses dessa
substância pode ser eficaz no combate a determinados tipos de câncer. Porém,
neste caso também é necessário que a ingestão dos suplementos de vitamina D
sejam realizados com o acompanhamento médico.
De acordo com o National Cancer
Institute dos Estados Unidos há diversos estudos que apontam que a vitamina D é
uma aliada no tratamento do câncer, especialmente do colorretal, de próstata e
do seio. Porém, o instituto também diz que ainda são necessários mais estudos.
Boa
para autistas: Como a vitamina D é importante para o
desenvolvimento do cérebro, ela ajuda a prevenir o autismo durante a gestação.
Caso a pessoa tenha esta condição, continua interessante que ela obtenha a
vitamina D, o que muitas vezes não ocorre facilmente por meio da exposição
solar, fonte da substância, pois o indivíduo passa muito tempo em ambientes
fechados.
Um estudo realizado pelo Children?s
Hospital Oakland Research Institute, nos Estados Unidos, observou que três
hormônios do cérebro que afetam o comportamento social, serotonina, ocitocina e
vasopressina, são ativados pela vitamina D.
Previne gripe e resfriado: Este benefício tem sido estudado com
base em alguns problemas causados pela falta de vitamina D. Crianças com
deficiência de vitamina D tem mais chances de desenvolver infecções
respiratórias. Já adultos com menores quantidades de vitamina D contraem mais
resfriados e problemas no trato respiratório.
Uma pesquisa publicada no The American
Journal of Clinical Nutrition que contou com a participação de 340 crianças
japonesas durante quatro meses observou que os riscos de contrair gripe
diminuiu no grupo que ingeriu o suplemento de vitamina D.
Diminui
o risco de morte prematura: Uma pesquisa publicada no Archives
odfInternal Medicine sugere que tomar suplementos de vitamina D podem reduzir
as taxas de mortalidade. O estudo observou o resultado de 18 estudos que
contaram no total com cerca de 60.000 participantes e constatou que o consumo
de suplementos de vitamina D diminui em 7% o risco de mortalidade por qualquer
causa.
Interações:
Quando consumida dentro das
quantidades recomendadas a vitamina D não interage com nenhuma outra
substância. Porém, quando ingerida em excesso pode levar a alta absorção de
cálcio, por isso que o consumo de vitamina D além do recomendado só pode ser
feito com orientação médica.
Efeitos Colaterais
Quando consumida dentro das
quantidades recomendadas a vitamina D não tem efeitos colaterais. Porém, quando
ingerida em excesso pode prejudicar os rins por causar o aumento da absorção de
cálcio. Por isso, é importante que o consumo além do recomendado desta vitamina
seja feito com acompanhamento médico.
Deficiência
A deficiência de vitamina D pode
causar uma série de problemas de saúde. A falta dela aumenta o risco de problemas
cardíacos, osteoporose, câncer, gripe e resfriado, e doenças autoimunes como
esclerose múltipla e diabetes tipo 1. Em mulheres grávidas deficiência de
vitamina D aumenta o risco de aborto, favorece a pré-eclâmpsia e eleva as
chances da criança ser autista.
O quanto usar de vitamina D
Segundo diversos estudos realizados
recentemente, entre eles um da Universidade do Wisconsin, Estados Unidos, e
outro da Universidade de Toronto, Canadá, a orientação para pessoas com mais de
50 quilos é consumir entre 5.000 e 10.000 unidades de vitamina D. O mesmo vale
para as gestantes e lactantes.
No caso das crianças a orientação é
ingerir até 1.000 unidades de vitamina D para cada 5 quilos de peso. Então, uma
criança que pesa 30 quilos, por exemplo, pode ingerir até 6.000 unidades de
vitamina D.
Com obter vitamina D
Apesar de estar presente em alimentos
de origem animal, estas comidas não possuem a quantidade de vitamina D que o
organismo necessita. Por isso, para evitar a carência da substância é
importante tomar de 15 a 20 minutos de sol ao dia. Braços e pernas devem estar
expostos, pois a quantidade de vitamina D que será absorvida é proporcional a
quantidade de pele que está exposta.
Ao
se expor ao sol para obter a vitamina é importante não passar o filtro solar.
Para se ter uma ideia, o protetor fator 8 inibe a retenção de vitamina D em 95%
e um fator maior do que isso praticamente zera a produção da substância. Para
evitar o câncer de pele, após os 15 a 20 minutos recomendados para obter a
vitamina, passe o protetor solar.
As janelas também atrapalham a
absorção da vitamina D. Isto porque os raios ultravioletas do tipo B (UVB),
capazes de ativar a síntese da vitamina D, não conseguem atravessar os
vidros.
A exposição ao sol da maneira
recomendada irá proporcionar as 10 mil unidades de vitamina D. Como a exposição
solar já irá proporcionar boas quantidades da substância, é importante que a
necessidade do indivíduo seja analisada por um profissional da saúde a fim de
saber se apenas o sol é o suficiente ou se é preciso uma alimentação rica na
substância ou suplementação.
Fontes de vitamina D
Todos os alimentos fontes de vitamina
D são de origem animal porque as fontes vegetais não conseguem sintetizar a
vitamina da maneira como os alimentos provenientes de animais. Até mesmo o
alimento com as maiores quantidades da substância, o salmão, conta com somente
6,85% das necessidades diária de vitamina D em uma porção de 100 gramas. Por
isso, tomar sol é fundamental para evitar a carência do nutriente.
Além disso, esses alimentos são
bastante ricos em gordura saturada. Quando ingerido em grandes quantidades este
lipídio sofre o processo de oxidação e há o risco do aparecimento de placas que
podem inflamar as artérias sanguíneas, levando a doença vascular que pode
comprometer o coração, os rins e o cérebro a longo prazo.
Os suplementos de vitamina D podem ser
utilizados em casos de constatação de carência da substância ou no tratamento
de algumas doenças. A falta do nutriente é constatada após exame de
sangue.
É importante ressaltar que os
suplementos só podem ser tomados após a orientação médica para o consumo dessas
doses extras. Em alguns tratamentos são orientadas superdoses de vitamina D, ou
seja, uma quantidade além do que é normalmente orientado. Nesses casos o
consumo sempre é feito com orientação médica e é preciso observar o quanto de
cálcio e líquidos a pessoa irá ingerir, sendo que o consumo do mineral pode
precisar ser reduzido e o de líquidos aumentado.
Idosos
e os suplementos: Pessoas mais velhas produzem menos
vitamina D em resposta à exposição ao sol por questões metabólicas relacionadas
à idade. A quantidade da substância produzida em uma pessoa de 70 anos é, em
média, um quarto da que é sintetizada por um jovem de 20 anos. Por isso, é
interessante que os idosos conversem com seus médicos sobre a possibilidade de
consumir suplementos de vitamina D.
Risco de consumo em excesso.
É importante destacar que o excesso de
vitamina D só ocorre por meio da suplementação. Isto porque os alimentos não
contam com quantidades grandes da substância e a obtenção dela por meio dos
raios solares é regulada pela pele, que cessa a produção da vitamina quando
atinge os valores necessários.
Porém, o excesso por meio dos
suplementos sem a orientação médica pode ser muito perigoso. Há o risco de
ocorrer a elevação da concentração de cálcio no sangue e isso pode provocar a
calcificação de vários tecidos, sendo que os mais afetados são os rins, que
podem chegar a perder sua função.
Deficiência de vitamina D
Contudo, a deficiência pode ser
revertida. É possível fazer esta correção do quadro por meio de suplementação,
lembrando que esta alternativa é válida somente após a orientação médica, e/ou
tomando sol sem proteção solar nos braços e pernas durante quinze a vinte
minutos todos os dias.
Fonte: minhavida
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