Viciados
em omeprazol estão na mira dos médicos; efeitos colaterais preocupam!
Poucas
pessoas precisam tomar inibidores da bomba de prótons, sendo o mais conhecido o
omeprazol, por um tempo maior que quatro semanas. Mas não é incomum encontrar
quem faça uso do medicamento há anos pela percepção de uma melhora rápida que
ele traz.
Embora muitos não percebam, os benefícios são logo substituídos pelos
efeitos colaterais e retirar o remédio da rotina desses pacientes é uma luta
difícil, que nem sempre se ganha.
Pesquisadores
canadenses sugeriram, e publicaram em maio na revista científica Canadian
Family Physician, novas diretrizes para os médicos que
pretendem suspender os inibidores dos pacientes. A ideia é fazer com que a
transição do vício seja mais tranquila, sem impactar na qualidade de vida das
pessoas.
Uma
das indicações, por exemplo, em pacientes jovens com sintomas do trato
gastrointestinal alto, que tomaram o medicamento por quatro semanas e tiveram a
resolução do problema: reduzir a dose diária ou mesmo interrompê-lo por
completo. Se isso não for suficiente, substituir o inibidor por uma terapia com
outros medicamentos, os antagonistas de receptor de histamina tipo 2.
“É
uma orientação válida. Os antagonistas foram, na década de 1980, uma medicação
de primeira escolha para doenças relacionadas à acidez gástrica. Mas mesmos
estes têm efeitos colaterais, causadores de alterações nas enzimas hepáticas e,
eventualmente, podendo levar a uma hepatite medicamentosa”, alerta Gustavo
Justo Schulz, médico gastroenterologista do hospital VITA e do hospital das
Clínicas HC/UFPR, e gerente médico do hospital VITA Batel.
Comparando
os dois medicamentos, os efeitos colaterais dos inibidores da bomba de prótons
são mais prejudiciais que os antagonistas, pois aumentam o risco de
osteoporose, de infecções pela bactéria clostridium
e de problemas renais. “O omeprazol diminui a acidez gástrica e alguns
alimentos precisam dessa acidez para ser absorvidos, como o cálcio. Com a menor
absorção, aumenta o risco da osteoporose”, explica Schulz.
Indicação descontrolada
Embora
os inibidores possam ser comprados sem receita médica nas farmácias, a culpa do
consumo desenfreado nem sempre é do paciente. “Há duas indicações médicas
bastante questionáveis do uso dos inibidores. A primeira é da pessoa que toma
outros remédios para doenças crônicas e inclui o omeprazol para proteger o
estômago. Isso não é preciso. A segunda é o uso indiscriminado na doença do
refluxo”, questiona Alcindo Pissaia Junior, médico gastroenterologista do hospital
Nossa Senhora das Graças, professor na PUCPR e na Universidade Positivo (UP).
Fonte
: Gazeta do Povo.
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