Cade investiga cartel em
licitações para compra de remédios
Prática
teria ocorrido, ao menos, desde 2007 até 2011, segundo o conselho.
15 empresas estão na lista de investigadas.
15 empresas estão na lista de investigadas.
A
Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) anunciou
que instaurou processo administrativo
para apurar suposta prática de cartel em licitações públicas destinadas à
compra de medicamentos. O esquema teria ocorrido, segundo o Cade, ao menos,
desde 2007 até 2011, em estados como Minas Gerais, São Paulo, Bahia e
Pernambuco.
Entre os
remédios estão antidepressivos, ansiolíticos, analgésicos, sedativos,
anticoagulantes, além de medicamentos para hipertensão, refluxo e tosse.
Segundo o Cade,
as evidências apontam que 15 empresas teriam mantido frequente comunicação com
o objetivo de se coordenarem para fixar preços e combinar condições e vantagens
em licitações, de modo a restringir a concorrência e o caráter competitivo das disputas.
De acordo com o
Cade, dirigentes e representantes destas empresas monitoravam as licitações
para acertar previamente quais seriam as vencedoras e os valores a serem
ofertados por cada uma. Além disso, combinavam como os lotes das
licitações seriam divididos; quais empresas apresentariam propostas ou lances
de cobertura; e quais retirariam suas propostas ou não apresentariam lances.
"O caso teve início a partir de informações apresentadas ao Cade pelo Ministério Público do Estado de Minas Gerais, que realizou interceptações telefônicas e diligências de busca e apreensão nas sedes de algumas empresas investigadas", informou o Cade.
Com a instauração do processo administrativo, os acusados serão notificados para apresentar defesa. Ao final da instrução processual, a Superintendência-Geral do Cade decidirá pela condenação ou arquivamento e remeterá o caso para julgamento pelo Tribunal Administrativo do Cade, responsável pela decisão final.
"O caso teve início a partir de informações apresentadas ao Cade pelo Ministério Público do Estado de Minas Gerais, que realizou interceptações telefônicas e diligências de busca e apreensão nas sedes de algumas empresas investigadas", informou o Cade.
Com a instauração do processo administrativo, os acusados serão notificados para apresentar defesa. Ao final da instrução processual, a Superintendência-Geral do Cade decidirá pela condenação ou arquivamento e remeterá o caso para julgamento pelo Tribunal Administrativo do Cade, responsável pela decisão final.
Empresas
investigadas
Segundo informou o Cade, fazem parte da lista de investigadas as seguintes empresas: Comercial Cirúrgica Rioclarense Ltda., Cristália Produtos Químicos Farmacêuticos Ltda., Dimaci Material Cirúrgico Ltda., Drogafonte Medicamentos e Material Hospitalar, Hipolabor Farmacêutica Ltda., Laboratório Teuto Brasileiro S/A, Macromed Comércio de Material Médico e Hospitalar Ltda., Mafra Hospitalar Ltda., Merriam Farma Comércio de Produtos Farmacêuticos Ltda., Netfarma Comércio Online S/A, NovaFarma Indústria Farmacêutica, Prodiet Farmacêutica Ltda. (atual Profarma Specialty S/A), Rhamis Distribuidora Farmacêutica Ltda., Sanval Comércio e Indústria Ltda., e Torrent do Brasil Ltda.
O G1 entrou em contato com as
empresas e aguarda o posicionamento das investigadas.
O Laboratório
Teuto informou que não foi comunicado sobre qualquer tipo de irregularidade ou
investigação. "O Laboratório Teuto Brasileiro S/A participa diretamente de
pregões eletrônicos, seguindo todas as regras de Compliance SOP e boa conduta
nos negócios, de acordo com seus estatutos e regras internacionais",
informou a empresa.
A Comercial
Cirúrgica Rioclarense também disse que até o momento ainda não foi formalmente
notificada, "impossibilitando tecer qualquer comentário, pois serão
meras conjecturas".
A Hipolabor
disse, em nota, que "não praticou qualquer irregularidade nas licitações
de que participou e acredita que, ao fim do processo administrativo instaurado
pelo Cade, terá ressaltada sua idoneidade".
A Merriam
afirmou que recebeu "com surpresa" a notícia e acredita tratar-se de
"um grande equívoco"; A empresa destacou ainda que não realiza
operações comerciais de venda para fora do Rio de Janeiro.
A Netfarma
disse, em nota, que nunca participou de licitações públicas e que não fornece
medicamentos para o mercado hospitalar. Informou ainda que foi constituída no
final de 2012, "após o período mencionado na matéria".
A Drogafonte
informou que está "à disposição de qualquer órgão fiscalizador e de
controle" e que "preza pelo relacionamento ético e transparente com
fornecedores, clientes e com instituições públicas, respeitando a legislação e
trabalhando com total lisura nos certames".
A Torrent do
Brasil Ltda. disse não ter conhecimento dos fatos citados, "assim como
também desconhece o conteúdo do processo investigatório nela citado, não tendo
até o momento recebido qualquer tipo de intimação proveniente do Cade. Desta
forma, cumprimos informar que não nos manifestaremos nesta oportunidade".
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