Descoberta vacina que melhora a resposta
imunológica ao câncer
Washington,
2 abril. Uma nova vacina melhora a resposta imunológica ao câncer a partir do
uso de proteínas alteradas do tumor do paciente, uma fórmula que poderia dar
bons resultados para o melanoma e os cânceres de pulmão, bexiga e cólon,
segundo um estudo que publica nesta quinta-feira a revista "Science".
“As vacinas contra o câncer costumam ser generalizadas”.
Esta é
uma das primeiras personalizadas. As generalizadas usam proteínas normais sem
alteração, por isso que a resposta imune não é muito forte", explicou à
Agência Efe a principal pesquisadora do estudo, a venezuelana Beatriz Carreño.
"Em nossa vacina usamos proteínas alteradas do paciente com tumor e
comprovado que provocam uma maior reação nas células T, ao multiplicar em
número e frequência sua capacidade de reconhecer substâncias isoladas dos
tumores", acrescentou a pesquisadora. As células T são um tipo de célula
imunológica cuja função é reconhecer substâncias estranhas na superfície de
outras células e matá-las, para o qual produzem substâncias solúveis que têm
efeitos sobre tumores e células infectadas com vírus. Para elaborar a vacina da
qual informa a "Science", se usaram células dendríticas junto a
proteínas alteradas do tumor do paciente. Visto que as células dendríticas "não
são muito abundantes", os pesquisadores isolaram precursores e as geraram
no laboratório. "O uso de proteínas alteradas demonstrou ter uma maior
capacidade para ativar o sistema imune. Porque quando as proteínas são normais,
não são realmente substâncias estranhas e, portanto, a resposta imune não é
muito forte", explicou Carreño. Os pesquisadores consideram que uma vacina
deste tipo funcionaria bem para pacientes com cânceres que têm um alto
componente imunológico e de mutações, como os de pulmão, bexiga, cólon e o
melanoma. "Quanto maior número de mutações, encontramos mais proteínas
alteradas que podemos usar para ativar o sistema imune", disse a
pesquisadora da Washington University School of Medicine, em Saint Louis
(Missouri). A vacina deste estudo foi testada em três pacientes por enquanto.
"Estamos falando de uma nova maneira de atacar o câncer, com a informação
genômica dos tumores. Usamos as alterações no tumor para acelerar o sistema
imune", assinalou Carreño. Os pesquisadores defendem, portanto que a descoberta
pode representar um grande impulso no avanço da imunoterapia do câncer, ou
seja, as estratégias voltadas a ativar os sistemas imunológicos dos pacientes
contra seus tumores.
Além
disso, eles sustentam que com esta vacina se dá mais um passo rumo a uma
imunoterapia do câncer mais personalizada.
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