quarta-feira, 19 de julho de 2017



Viciados em omeprazol estão na mira dos médicos; efeitos colaterais preocupam!




Poucas pessoas precisam tomar inibidores da bomba de prótons, sendo o mais conhecido o omeprazol, por um tempo maior que quatro semanas. Mas não é incomum encontrar quem faça uso do medicamento há anos pela percepção de uma melhora rápida que ele traz. 

Embora muitos não percebam, os benefícios são logo substituídos pelos efeitos colaterais e retirar o remédio da rotina desses pacientes é uma luta difícil, que nem sempre se ganha.

Pesquisadores canadenses sugeriram, e publicaram em maio na revista científica Canadian Family Physician, novas diretrizes para os médicos que pretendem suspender os inibidores dos pacientes. A ideia é fazer com que a transição do vício seja mais tranquila, sem impactar na qualidade de vida das pessoas.

Uma das indicações, por exemplo, em pacientes jovens com sintomas do trato gastrointestinal alto, que tomaram o medicamento por quatro semanas e tiveram a resolução do problema: reduzir a dose diária ou mesmo interrompê-lo por completo. Se isso não for suficiente, substituir o inibidor por uma terapia com outros medicamentos, os antagonistas de receptor de histamina tipo 2.

“É uma orientação válida. Os antagonistas foram, na década de 1980, uma medicação de primeira escolha para doenças relacionadas à acidez gástrica. Mas mesmos estes têm efeitos colaterais, causadores de alterações nas enzimas hepáticas e, eventualmente, podendo levar a uma hepatite medicamentosa”, alerta Gustavo Justo Schulz, médico gastroenterologista do hospital VITA e do hospital das Clínicas HC/UFPR, e gerente médico do hospital VITA Batel.

Comparando os dois medicamentos, os efeitos colaterais dos inibidores da bomba de prótons são mais prejudiciais que os antagonistas, pois aumentam o risco de osteoporose, de infecções pela bactéria clostridium e de problemas renais. “O omeprazol diminui a acidez gástrica e alguns alimentos precisam dessa acidez para ser absorvidos, como o cálcio. Com a menor absorção, aumenta o risco da osteoporose”, explica Schulz.

Indicação descontrolada

Embora os inibidores possam ser comprados sem receita médica nas farmácias, a culpa do consumo desenfreado nem sempre é do paciente. “Há duas indicações médicas bastante questionáveis do uso dos inibidores. A primeira é da pessoa que toma outros remédios para doenças crônicas e inclui o omeprazol para proteger o estômago. Isso não é preciso. A segunda é o uso indiscriminado na doença do refluxo”, questiona Alcindo Pissaia Junior, médico gastroenterologista do hospital Nossa Senhora das Graças, professor na PUCPR e na Universidade Positivo (UP).

Fonte : Gazeta do Povo.

quinta-feira, 22 de junho de 2017






Alunos do curso técnico de Farmácia da Escola Ana Neri publicam informativo sobre o uso da Aroeira e do Gengibre
                        
          
                            AROEIRA



Nome Cientifico: Shinus Terebinthifolius.



Nome Popular: Aroeira Vermelha, Aroeira Pimenteira, Aroeira Mansa.





Indicação:

Serve para tratar febre, reumatismo, sífilis, úlceras, azia, gastrite, tosse, bronquite, íngua, diarreia, cistite, dor de dente, artrite, distensão dos tendões e infecções de região intimas.

Modo de Uso:
Para fins terapêuticos são utilizadas as cascas, especialmente para fazer chá, e as outras partes da planta para preparar banho.

·        Infusão da Aroeira para problemas de estômagos:

Adicione 100 gramas do pó da casca de Aroeira em 1litro de água fervida. Tomar 3 colheres de sopa ao dia.

·        Banho de Aroeira pra reumatismo e problemas de pele:

Colocar 20 gramas de cascas de Aroeira em 1 litro de água e deixar ferver por 5 minutos. Coar e tomar banho com a infusão morna.

Advertências:
Contraindicado para individuo com pele muito sensível, não existem estudos que comprovem a segurança do uso da Aroeira durante a gravidez, a Aroeira em altas doses pode ser toxicas.

Interação Medicamentosa:
Não há relatos de interações medicamentosas




                           GENGIBRE


NOME CIENTÍFICO: Zingiber officinale Roscoe.

 Nome Popular : Gengibre



INDICAÇÃO
É indicado para tratamento de náuseas, vômito, cinetose, dor de cabeça, rouquidão, congestão do peito, cólera, gripe, diarreia, dor de estômago, emagrecimento, traumatismo, reumatismo e doenças nervosas. 

Parte Usada: Rizomas

COMPOSIÇÃO: Vitamina C, niacina, riboflavina, tiamina, cafeína.

POSOLOGIA

Extrato Seco: (5:1) 200 a 400mg / dia em duas ou três doses; uma a três vezes ao dia.

Pó: 2 g / dia, em duas ou três doses.

Chá de Gengibre para resfriado e dor de garganta: colocar de 2 a 3 cm de raiz de gengibre numa panela com 180 ml de água e deixar ferver por 5 minutos. Coar, deixar esfriar e beber até 3 vezes por dia;

 Compressa de Gengibre para reumatismo: ralar o gengibre e aplicar na região dolorida, cobrir com uma gaze e deixar atuar por 20 minutos.

CONTRAINDICAÇÕES
É contraindicado para crianças, gestantes, hipertensos, hemofílicos, pessoas com hipersensibilidade ao gengibre e pessoas que fazem tratamentos com anticoagulantes ou apresentam distúrbios de coagulação.

EFEITOS COLATERAIS
Problema gastrointestinal, afinamento do sangue, reações alérgicas, dermatite de contato, sensibilidade visual, contrações uterinas, problemas cardíacos, interação com anestesia e insônias.

ADVERTÊNCIAS E PREOCUPAÇÕES
Respeitar rigorosamente as doses recomendadas.

SUPERDOSAGEM
- A dose recomendada de chá de gengibre varia, dependendo do resultado desejado. 
- Beber grandes quantidades com o estômago vazio pode induzir doenças gástricas como,  náuseas, diarreia ou azia leve.

OBS: O uso de Plantas medicinais deve ser feito com a orientação de um profissional da saúde qualificado e o Farmacêutico detém todas as informações técnicas e cientificas para um uso Racional.

Referências:
Memento Fitoterápico
          

quinta-feira, 9 de março de 2017

Consultórios farmacêuticos: entenda como é atendimento que vem sendo oferecido por farmácias



Espaços são destinados a atendimento personalizado oferecido pelo farmacêutico. Conceito foi definido em portaria de 2013 do Conselho Federal de Farmácia e Brasil já tem cerca de 1,4 mil unidades.


Desde 2014, algumas farmácias no Brasil passaram a ter um espaço destinado ao atendimento personalizado do paciente pelo farmacêutico. Nos chamados consultórios farmacêuticos, o profissional pode avaliar o conjunto dos remédios que o paciente está tomando quanto a possíveis interações, orientar sobre a melhor forma de tomar a medicação, ouvir o paciente sobre sua evolução clínica, fazer contato com o médico ou outros profissionais da saúde que acompanham o paciente para discutir o tratamento e indicar medicamentos isentos de prescrição médica.

O conceito de consultório farmacêutico foi definido em duas portarias do Conselho Federal de Farmácia (CFF) publicadas em 2013 e a existência desse espaço é também apoiada pela Lei 13.021, de agosto de 2014, que dispõe sobre o exercício das atividades farmacêuticas. Segundo dados preliminares do Censo Demográfico Farmacêutico feito pelo Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ), já existem 1.453 consultórios farmacêuticos em todo o país.

De acordo com a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), só as redes associadas têm, juntas, quase 600 salas de assistência farmacêutica em 26 estados do país. Ainda é um percentual pequeno diante das quase 80 mil farmácias comerciais que existem no Brasil. Segundo um levantamento feito pelo CFF sobre o perfil do farmacêutico no Brasil, publicado em 2015, 60,3% dos profissionais afirmaram que não dispõem de área reservada para atendimento individualizado dos pacientes nos estabelecimentos em que trabalham.

Mas, para o farmacêutico Tarcísio Palhano, assessor da presidência do CFF e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), a tendência é cada vez mais farmácias aderirem ao serviço, inclusive as grandes redes. “É um espaço onde o farmacêutico pode atender as pessoas preservando a individualidade da consulta, o que não seria possível em um local onde transitam outras pessoas e se dispensam medicamentos, como no balcão”, diz Palhano.

Que atendimentos podem ser feitos nos consultórios farmacêuticos?

Orientação do paciente sobre como usar medicamentos prescritos
Avaliação do conjunto de medicamentos usados pelo paciente quanto a dosagem, horário de consumo e possíveis interações
Comunicação com outros profissionais da saúde que atendam o paciente para emitir parecer farmacêutico e discutir tratamentos de forma integrada
Encaminhamento de paciente a profissionais de saúde
Conversa com paciente sobre sintomas e evolução da doença
Caso necessário, pedido de exames laboratoriais e realização de medidas como as de pressão e temperatura.
Registro de ações em prontuário do paciente
Prescrição de medicamentos que sejam isentos de prescrição médica

Que atendimentos NÃO podem ser feitos nos consultórios farmacêuticos?

Receita de medicamentos que exigem prescrição médica
Mudança de remédios indicados por médico
Procedimentos de execução exclusiva por médicos

Como funciona o atendimento?

O farmacêutico Ronaldo Ribeiro está à frente de uma drogaria que possui um desses espaços para atendimento clínico na Mooca, em São Paulo. Ele conta que o atendimento no consultório farmacêutico pode começar de duas formas: em algumas situações, o próprio paciente procura o farmacêutico com queixas de saúde ou dúvidas sobre seu tratamento; em outras, o farmacêutico detecta uma situação atípica durante o atendimento no balcão e convida o paciente para uma consulta.
Não precisa marcar hora e o atendimento não é cobrado. O farmacêutico cadastra os dados do paciente em um tipo de prontuário e, se necessário, marca um retorno. Durante a consulta, ele pode fazer medidas como a de pressão, temperatura e glicose. Caso considere necessário, pode encaminhar o paciente para outro profissional de saúde.

A Clinifar, onde Ribeiro atua, foca na atenção a idosos, público preponderante no bairro. Uma das situações mais comuns com que se depara é a chamada polifarmácia. “Tem idoso que usa 10 ou mais medicamentos ao dia. Às vezes, passa por três especialistas e um não sabe o que o outro prescreveu. Peço para ele trazer os receituários, faço uma avaliação farmacoterapêutico e entrego um relatório. Ele leva ao médico que pode, a partir disso, reavaliar a medicação”, conta Ribeiro.

Foi o caso de uma paciente que chegou à farmácia reclamando de dor para urinar. A consulta revelou que ela estava tomando dois anti-inflamatórios com a mesma função, receitados por dois médicos diferentes, para tratar uma dor na coluna. A combinação era tóxica para os rins. Ribeiro pediu que ela suspendesse o uso de um dos remédios e voltasse ao médico para reavaliar o tratamento. Para o farmacêutico, esse tipo de intervenção rápida faz diferença na vida dos pacientes.

Orientação para tomar remédio

Outra situação recorrente é quando os pacientes têm de tomar medicamentos prescritos pelo médico, mas não sabem o horário correto e a quantidade que devem tomar.
A farmacêutica Cristiane Feijó é coordenadora técnica de uma rede que tem hoje 500 filiais com salas para atendimento farmacêutico. Ela relata o caso de um cliente atendido no consultório de uma dessas unidades: diabético e hipertenso, ele tomava remédios para essas doenças e passou a ter também dificuldade para dormir. O médico receitou um ansiolítico.
“Pedimos para ele trazer os medicamentos que tomava e as receitas e, quando vimos as caixas, percebemos que ele tomava o diurético à noite. Não estava conseguindo dormir porque tinha que levantar várias vezes para ir ao banheiro”, conta. Com a troca do horário do medicamento, ele voltou a dormir bem e pôde parar de tomar o ansiolítico. “O cliente brincou que a farmácia estava perdendo dinheiro com isso, porque ele passou a tomar menos remédios”, relata a farmacêutica das Farmácias Pague Menos

Cristiane conta que a farmácia atende muitos pacientes analfabetos, que têm dificuldade de entender o tratamento. “O que mais buscam na farmácia é entender a doença e o tratamento: o que pode fazer e o que não pode. Informações que podem ajudar a manter uma qualidade de vida boa, apesar da patologia.”
A farmacêutica Simone Araújo do Prado, diretora regional de outra rede de farmácias, concorda. Para ela, muitos pacientes tomam o medicamento de forma errada porque não têm apoio. “Os nossos clientes gostaram do serviço. Tem dias que temos fila. Eles vão a casa, trazem as caixinhas dos remédios, pedem para separarmos os medicamentos em porta-comprimidos, colocar etiquetas com os horários”, diz Simone.
“Nosso público é muito idoso e eles estão gostando muito da atenção e de ter um local separado onde possam conversar com o profissional”, completas. A rede em que Simone trabalha a Farma Conde tem hoje 11 unidades com sala de atendimento farmacêutico.

Combate à automedicação

O atendimento personalizado pelo farmacêutico também busca prevenir os riscos da automedicação. Ronaldo Ribeiro conta o caso de um idoso que passava pela farmácia várias vezes por semana para comprar o anti-inflamatório diclofenaco.
Ribeiro resolveu intervir e perguntar o porquê do uso contínuo do medicamento e explicar os efeitos nocivos que o uso desregrado do remédio poderia ter. Ele também encaminhou o paciente para um fisioterapeuta. “Seis meses depois, ele passou caminhando em frente à farmácia e me agradeceu pela indicação”. Nunca mais precisou tomar o remédio porque fez um tratamento adequado.
Tarcício Palhano, do CFF, observa que a tendência dos consultórios farmacêuticos pode ser vista como um retorno às farmácias de antigamente, em que a população se sentia próxima aos farmacêuticos. “Com o tempo, houve um distanciamento entre o farmacêutico e a população. Felizmente, isso está sendo recuperado de uma forma muito mais técnica e responsável, até porque todos os procedimentos feitos pelo farmacêutico têm de ser registrados e ele é responsável ética e legalmente por esses procedimentos”, diz Palhano.
Segundo uma pesquisa do ICTQ que ouviu 2.115 pessoas em todas as regiões do país, 73% da população ouvida prefere farmácias que tenham consultórios para atendimento por parte do farmacêutico e 61% diz que confia em um farmacêutico para obter receita de medicamentos.
“O farmacêutico clínico não veio para tomar o lugar do médico, mas para intermediar a relação entre pacientes e médicos. Somos um elo para agregar qualidade de vida ao paciente”, diz Ribeiro.


Fonte : G1.com

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

CLÍNICA FARMACÊUTICA EM CASOS DE FEBRE AMARELA
POR EGLE LEONARDI. POSTADO EM VAREJO FARMACÊUTICO.


Até o fechamento desta matéria, em 31 de janeiro de 2017, o Brasil já havia confirmado 42 mortes por febre amarela, com 555 casos notificados pelo Ministério da Saúde. Os locais mais atingidos foram Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo, Bahia e Distrito Federal, mas a doença pode chegar a mais Estados brasileiros.
Em nota do dia 27 de janeiro, a Organização Mundial da Saúde (OMS) revelou que a circulação de pessoas entre as áreas de riscos e o número de macacos infectados pela doença (que também migram para outras regiões), deverá causar novos casos no País. Para a OMS, este é o maior surto da doença desde 1980, quando teve início a série estatística histórica. Assim, o órgão afirma que será necessária a vacinação em massa da população.
“A febre amarela silvestre é transmitida por mosquitos chamados de haemagogus e sabethes. A febre amarela urbana é transmitida pelo aedes aegypti, que é o mesmo que transmite a dengue, a zika e a chicungunya. Os últimos casos de febre amarela urbana no Brasil ocorreram em 1942, no Acre. Apesar das duas formas da doença, não há diferença de sinais e sintomas. Não há relatos de transmissão de febre amarela direta entre pessoas”, explica o presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, Sergio Cimerman.
A doença exige atendimento hospitalar e deve ser tratada logo nos primeiros sintomas para evitar maiores complicações. Dessa forma, o papel do farmacêutico clínico, nas drogarias e farmácias, no reconhecimento do problema e orientação dos pacientes para posterior encaminhamento médico é de vital importância.
O farmacêutico clínico e professor do ICTQ, Alexandre Massao Sugawara, explica que a febre amarela é de notificação compulsória e imediata, portanto todo caso suspeito identificado deve ser prontamente comunicado aos centros de vigilância epidemiológica das secretarias de saúde dos estados e municípios. “Caso o farmacêutico fique sabendo de algum macaco morto encontrado pela população, ele deve sugerir sua captura e encaminhamento (com urgência) para realização de exames. O serviço de captura é realizado gratuitamente por profissionais dos órgãos competentes definidos pelas secretarias de saúde locais”, alerta.
Como profissional farmacêutico em um estabelecimento de saúde – a farmácia, é fundamental que preste um importante serviço a sua comunidade, reconhecendo possíveis sintomas e sabendo exatamente como agir no sentido de encaminhar possíveis pacientes do balcão ou consultório farmacêutico, direto ao serviço médico hospitalar de emergência. Para isso, siga as recomendações (baixo) de Sugawara.
1 – Quais são os sintomas da doença
Os sintomas da febre amarela têm início súbito, com febre alta, calafrios, cansaço, dor de cabeça, dor muscular, náuseas e vômitos, que duram cerca de três dias. Após este período, o paciente experimenta um breve momento assintomático, que não deve ser confundido com uma melhora clínica. Ele deve ser mantido em observação. Em alguns casos, o quadro evolui para a sua forma mais grave, que inclui icterícia e hemorragia, seguidas de falência dos órgãos e, eventualmente, a morte.
2 - Como reconhecer, na farmácia, esses sintomas.
Todo problema de saúde deve ser analisado pelo farmacêutico em consultório clínico (ou mesmo no balcão da farmácia, se não houver local privativo) para determinar, em anamnese, a queixa de saúde, seu histórico e o histórico médico pregresso, que inclui o farmacoterapêutico, o histórico social e o familiar.
Após a anamnese, o farmacêutico deve proceder a uma revisão dos sistemas buscando sinais e sintomas que possam elucidar o caso. Com os dados coletados, passa-se à decisão das medidas a serem tomadas. No caso da febre amarela, podem-se prescrever alguns cuidados paliativos no controle de sintomas, mas essencialmente deve-se encaminhar o paciente para um atendimento hospitalar, que possui o suporte e a equipe de saúde necessária ao atendimento desse tipo de demanda.
3 - O que investigar junto ao paciente
O farmacêutico clínico deve estar atento às queixas de saúde de seus pacientes, especialmente febre alta de início súbito, acompanhada de dores musculares, náuseas e vômitos. A avaliação da mucosa dos olhos com tonalidade amarela é suspeita de icterícia. Dores abdominais avaliadas por palpação da região é suspeita de hemorragia gástrica, que está associada aos casos mais graves de febre amarela.
4 - Em suspeita da doença, o que o farmacêutico deve fazer.
Por se tratar de uma doença com rápido decurso, a recomendação é que o farmacêutico encaminhe o paciente imediatamente para o pronto atendimento hospitalar, para que sejam instaladas as medidas efetivas no combate à doença, que pode exigir a internação em unidade de terapia intensiva. O controle paliativo da febre e a reidratação podem ser realizados, pelo menos até que o paciente seja atendido em nível hospitalar que deve ser o mais imediato possível.
5 - Atenções às interações medicamentosas
Em pacientes com suspeita de febre amarela, não é recomendado o controle paliativo da febre com salicilatos, pois podem piorar o quadro hemorrágico que potencialmente ocorre em casos de febre amarela. Pacientes usuários de anticoagulantes e outros inibidores da agregação plaquetária podem potencializar o quadro hemorrágico comum nos casos mais graves da doença.
6 - Benefícios do atendimento farmacêutico
O serviço clínico farmacêutico, que é mais próximo da comunidade, permite a rápida detecção de estados alterados de saúde. Assim, o paciente se beneficia enormemente com o devido acompanhamento e encaminhamento para o efetivo tratamento da situação de alteração do estado de saúde observada.
7 – Como orientar sobre a prevenção da febre amarela
A única forma de evitar a febre amarela é por meio da vacinação. A vacina está disponível durante todo o ano nas unidades de cuidados de saúde de forma gratuita, e deve ser administrada em pacientes moradores das áreas de risco e em viajantes para essas áreas com, pelo menos, dez dias antes de seu deslocamento.
A vacina pode ser administrada em pessoas após seis meses de idade e é válida por dez anos. As exceções são para os pacientes imunossuprimidos, gestantes, mulheres em lactação e pessoas com doença no timo. Em áreas de riscos, o farmacêutico deve levantar o histórico de saúde de seus pacientes, avaliando o cumprimento dos esquemas de vacinação e, em casos de necessidade, deve encaminha-los às unidades básicas de saúde da região para atualização de suas carteiras de vacinação.
8 - Repelentes ou outros métodos preventivos
Quando não há a possibilidade de vacinação de pessoas que visitam ou moram nas áreas endêmicas, devem-se reforçar medidas de proteção, como o uso de repelentes e roupas impregnadas com permetrina, mesmo porque o mesmo mosquito que causa a febre amarela também é responsável pela dengue, zika e chicungunya. Os repelentes podem ser utilizados em crianças a partir de dois meses de idade, segundo recomendações internacionais, mas é fundamental ler corretamente a bula dos produtos antes de aplicá-los.
Outras recomendações gerais incluem o uso de camisas de mangas compridas e calças e a instalação de telas de proteção em portas, janelas, berços e carrinhos de bebês.  Além disso, é essencial colaborar com as ações de combate vetorial nos municípios situados próximos das áreas de transmissão, visando reduzir os índices de infestação.