Pesquisador tenta provar que homeopatia não
funciona
São Paulo - Em 1796, o alemão Samuel Hahnemann publicava suas
primeiras observações sobre uma nova forma de enxergar a medicina: a homeopatia.
Esse é o nome dado a uma linha de tratamento que se baseia na
chamada "lei dos semelhantes?".
Enquanto a medicina tradicional, também conhecida como alopatia,
usa compostos com efeitos opostos aos sintomas que deseja tratar, a homeopatia
segue a lógica contrária: seus supostos remédios contêm
substâncias que causariam exatamente o mal que você está passando.
Em termos práticos, se você tem alergia a abelhas, um médico
homeopata lhe receitaria como tratamento o veneno diluído do animal. Mas esse
procedimento é questionado desde a criação da homeopatia.
Outro ponto crítico é a diluição. Na homeopatia, as substâncias
ativas são diluídas em uma grande quantidade de água - a ponto de tecnicamente,
certos medicamentos homeopáticos conterem apenas H2O.
Agora, 220 anos depois, mais um argumento vai ser usado entre
nas discussões entre apoiadores e críticos: um pesquisador australiano afirma
que a homeopatia não cura nenhuma das 68
doenças que ele avaliou.
As doenças incluem alergia, asma, fibromialgia, diarreia e até
condições mais específicas, como afasia de Broca (distúrbio neurológico em que
o paciente perde a fala).
Paul Glasziou é professor na Universidade Bond, localizada na
Austrália, e ocupa uma cadeira no Conselho Nacional de Saúde e Pesquisa Médica,
lá ele foi responsável por analisar 176 estudos que procuravam medir a
eficiência da homeopatia em tratamentos curativos.
O resultado é que os exames não mostraram uma melhora maior do
que as taxas de placebo (quando o paciente acredita estar sendo tratado, mas
recebe apenas uma substância inócua).
Ou seja: quando alguém toma algum remédio homeopático e
apresenta melhora, isso na verdade se deve à autossugestão daquela pessoa.
"Eu consigo entender que Hahnemann estava insatisfeito com
as práticas médicas do século 18, como as sangrias, e tentou achar uma
alternativa melhor", afirma Glasziou .
"Mas eu acho que ele ficaria desapontado pelo fracasso
coletivo da homeopatia de, ao invés de continuar seguindo suas investigações
inovadoras, seguir perseguindo um beco sem saída terapêutico", conclui.
Fonte: Exame.com
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