A importância de
tomar o medicamento na hora certa!!
Está cada vez mais claro que o corpo humano é uma
maquinaria complexa, cujo funcionamento adequado depende de diversos fatores,
muitos deles não bem compreendidos por nós ainda. No entanto, os pesquisadores
realizam esforços diários visando o entendimento da fisiologia, bioquímica,
psiquiatria e psicologia dos humanos. O conhecimento adquirido é de importância
fundamental para que saibamos como viver com mais saúde, seja evitando doenças,
ou combatendo-as melhor.
A cronofarmacologia é a ciência que estuda a hora
mais adequada de tomar os medicamentos, baseando-se no que se sabe do
funcionamento do nosso organismo. O horário de ingestão do remédio faz toda a
diferença no tratamento, pois pode tanto aumentar a eficácia dele, como
minimizar os seus efeitos colaterais.
Nosso organismo não é uma constante o dia inteiro:
ele sofre inúmeras variações hormonais e seu ritmo biológico é resultado direto
dos fenômenos ambientais periódicos e recorrentes, como as estações do ano, as
fases da lua, as oscilações das marés e principalmente o ciclo dia/noite. A
cronofarmacologia ajusta a concentração dos medicamentos durante as 24 horas do
dia, em sincronia com os ritmos biológicos dos seres vivos.
Cada função do nosso organismo pode ser regida por
um ritmo distinto. O ritmo circadiano dura 24 horas, e cada processo, como
atividade digestiva e controle hormonal se repetem diariamente, quase sempre
nos mesmos horários. O ritmo ultradiano é aquele na qual as repetições ocorrem
em menos de 20 horas, como a secreção da insulina, e o infradiano, é o que
ocorre em períodos maiores de 28 horas como o ciclo menstrual.
Como o princípio ativo de cada medicamento possui
alvo e objetivos terapêuticos diferentes, não existe uma hora universal de tomada
para todos os medicamentos. Por exemplo, os sintomas da asma possuem maior
incidência entre 0h e 6h, devido a queda na produção do cortisol, que provoca
uma contração nos brônquios, com pico às 4h. Para que o remédio faça efeito às
4h, recomenda-se que ele seja administrado pelo menos 8 horas antes, ou seja, às
20h. Para tratamento das dores, por sua vez, o melhor horário para se tomar
analgésicos é no começo da noite, horário no qual o ritmo das tarefas diminui,
percebendo-se mais a dor.
Cada caso é único, assim como cada organismo o é.
Dessa maneira, os horários que são válidos para um paciente, podem não ser os
melhores para outro, e devem ser estipulados individualmente pelo médico.
Deve-se levar em conta também a rotina do paciente. Não adiantaria de nada
estipular o horário perfeito se ele não pudesse ser cumprido. É necessário
então investigar fatores como o sono, alimentação, rotina de trabalho, ritmo do
sistema digestivo e metabólico, além da produção hormonal.
Espera-se que as práticas da cronofarmacologia
sejam adotadas progressivamente, sendo inclusive especificadas nas bulas dos
medicamentos, como já ocorre em 100 medicamentos nos Estados Unidos. No Brasil,
esta é uma área ainda pouco estudada, por isso a maioria dos medicamentos aqui
não possui a posologia ditada por essa ciência. Contudo, o entusiasmo frente
cronofarmacologia vem crescendo, afinal, ela não somente é favorável a todos,
mas pode ser especialmente benéfica para idosos e crianças, cujos organismos
são mais frágeis e possuem ainda mais particularidades.
O Ritmo Biológico ou
mais comumente chamado de Relógio Biológico pode
ser classificado de acordo com sua frequência em: Circadiano, Ultradiano e Infradiano.
§ Circadiano do latim “circa diem” “cerca de um
dia” → O ritmo Circadiano dura 24 horas, e cada processo, como exemplo a
atividade digestiva e controle hormonal se repete diariamente, quase sempre nos
mesmos horários. [= 24h]
§ Ultradiano é aquele na qual as repetições ocorrem em menos de
20 horas, como a secreção da insulina. [< 24h]
§ Infradiano é o que ocorre em períodos maiores de 28 horas como o ciclo menstrual. [>
24h]
Para que haja ritmicidade circadiana endógena em um ser vivo, é
necessário que alguma estrutura opere como um “marcapasso”.
Dois pequenos aglomerados de neurônios no hipotálamo, constituem os marcapasso geradores da ritmicidade circadiana em mamíferos, ou seja, os relógios biológicos circadianos.
Para cada Doença, um Horário.
Veja, por exemplo, os períodos de maior incidência de algumas patologias e o melhor horário para utilizar os medicamentos.
Asma.
Sintomas: Falta de ar, chiado no peito, tosse, dificuldade para respirar.
Maior incidência: Entre Oh e 6h, com pico às 4h.
Quando tomar o remédio? A queda na produção de cortisol provoca uma contração nos brônquios pulmonares, que atinge o seu pico às 4h. Para o remédio fazer efeito às 4h, os médicos recomendam que ele seja administrado pelo menos 8 horas antes, ou seja, às 20 h.
Diabetes.
Sintomas: Sede, perda de peso e falta de apetite.
Maior incidência: Entre 3h e 6h.
Quando tomar o remédio? As crises costumam piorar de madrugada. O ideal é que o remédio seja prescrito à noite. Mas é preciso estar sempre bem alimentado, caso contrário, o indivíduo poderá sofrer uma crise de hipoglicemia.
Artrite.
Sintomas: Dor forte e perda de mobilidade.
Maior incidência: Ás 6h.
Quando tomar o remédio? Para ter um efeito melhor no organismo, o ideal é que o remédio seja administrado sempre à noite.
Cardiovasculares.
Sintomas: Dor no peito e dificuldade para respirar.
Maior incidência: Entre 6h e 12h, com pico às 9h.
Quando tomar o remédio? A partir das 6h, o corpo ganha uma sobrecarga de cortisol, que provoca elevação na frequência cardíaca. O remédio deve ter ação prolongada e ser tomado antes de dormir.
Fontes: IdealDicas . CRFPA
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