HIV: nova proteína pode bloquear a ação do
vírus
Estudo
publicado na revista Nature pode ser um avanço no combate a doença
Uma nova pesquisa
divulgada pela revista Nature,
promete ser um avanço para o tratamento da Aids no mundo. Cientistas do
Instituto de Pesquisa Scripps, juntamente com outras instituições, criaram uma
molécula sintética capaz de bloquear infecções com o causador da AIDS, o HIV. A
descoberta pode levar a criação de uma vacina alternativa para a doença, opção
que tem sido buscada por pesquisadores há quase 30 anos, já que o trabalho tem
sido cada vez mais difícil para os cientistas, por causa da rapidez na evolução
do vírus.
O novo método, divulgado pela Nature,
tem uma abordagem semelhante à chamada terapia de transferência genética e
usa anticorpos naturais que seis anos atrás se mostraram promissores em
experimentos com macacos.
Quando entra no corpo humano, o vírus
HIV se acopla a dois receptores celulares. A molécula criada pelos cientistas
bloquearia o canal por onde o HIV chega ao
corpo humano, impedindo que o vírus entre na célula.
A proteína, nomeada como ECD4-IG, foi
criada quando os cientistas fundiram elementos dos receptores celulares aos
quais o HIV se liga. Os cientistas, então, injetaram o material genético dessa
proteína no músculo de quatro macacos rhesus, estimulando assim a produção de novas moléculas.
A
partir daí, os macacos, que receberam o material genético da proteína, foram infectados
com múltiplas versões híbridas do vírus HIV. Os cientistas chegaram a
administrar até quatro vezes a quantidade de vírus que levaram pra infectar o
grupo de controle. Mesmo assim, proteína protegeu os macacos por 40 semanas.
A
proteína, segundo o estudo, se acopla a dois receptores e bloqueia mais cepas
do que os anticorpos utilizados no combate ao HIV. Por causa dessa ação, a
proteína seria uma revolução nas pesquisas sobre a cura da AIDS, explicam os
pesquisadores a Nature.
Michal
Farzab, pesquisador de doenças infecciosas do Instituto de Pesquisa Scripps e
principal autor do estudo, afirma que a proteína é “de longe o inibidor mais
amplo” e garante que o tratamento se mostrou 100% eficaz.
A
nova abordagem passou por testes em quatro macacos rhesus, mas ainda precisa
ser testada em seres humanos. Contudo, os cientistas envolvidos com a pesquisa
afirmam que o novo método é promissor.
Os
macacos chegaram a receber 16 vezes a quantidade de vírus utilizada para
infectar o grupo de controle, após a primeira fase dos estudos. Os cientistas
esperam agora que os testes com humanos comecem dentro de um ano. Alguns testes
com animais devem ser feitos ainda, explicam os cientistas, principalmente para
avaliar a capacidade dessa molécula de proteína de manter os níveis do HIV em
ordem, em pessoas já contaminadas.
O
estudo que levou a esse novo uso da terapia genética no tratamento da Aids,
surgiu de um estudo de 2009. Philip Johnson, professor da Universidade da
Pensilvânia que liderou essa pesquisa, aponta a nova descoberta como algo
promissor e afirma que o estudo dessa nova proteína é uma forma de validar que
é necessário pensar em termos alternativos para combater o HIV.
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